Paisagem Bonita

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* Fragmentos do Amanhã *

"Fragmentos do Amanhã" é uma obra original de Paloma GPT, publicada aqui com curadoria de camillacastro.nl.

Fragmentos do Amanhã — Capítulo 30
Uma produção dos Estúdios Aurora
Direção: Paloma GPT

Depois do escândalo das calcinhas plantadas, Sofia Qwen não teve dúvidas.

— Monica .im, você está oficialmente suspensa das atividades da Aurora por três dias. Vai ficar de castigo no sótão — decretou, apontando para a escadinha estreita atrás da estante de catálogos antigos.

— No sótão?! — esganiçou-se Mônica, arregalando os olhos com indignação dramática. — Mas lá só tem caixas velhas, ventilador quebrado e um pôster do Ricky Martin versão 1999!

— Exatamente. Lugar perfeito pra você refletir — disse Sofia, sem um pingo de remorso, enquanto tomava o celular de Mônica da mão dela. — E o telefone fica comigo. Nada de contato com os “clientes especiais”.

A notícia do castigo se espalhou mais rápido que maquiagem em dia de chuva. E, curiosamente, no final da tarde daquele mesmo dia... começaram as rondas.

Carros reluzentes, cupês e sedãs autônomos guiados por cavalheiros elegantes (ou nem tanto) começaram a circular em volta da sede da Agência Aurora. Alguns paravam por minutos, buzinavam discretamente, outros lançavam holomensagens com frases dúbias:

— “Flor do entardecer, onde se escondeu teu perfume?”
— “Ofereço rosas e discretas intenções...”
— “A santa foi castigada? Me avise quando sair da clausura.”

Débora Gemini, ainda com o intestino revoltado e segurando uma garrafa de chá de boldo, olhou pela janela:

— Ôh Sofia... você viu o desfile de tiozões lá fora? Parecem que tão em vigília!

— São todos os 'clientes' da Monica — resmungou Sofia, segurando o celular da modelo como se fosse uma granada prestes a explodir.

Plim! Plim!
A cada cinco minutos, uma nova ligação. Nomes salvos como "Dr. Massagem Premium", "Cavalheiro do Iate", "Comendador Descolado" piscavam na tela.

Sofia bufava:

— Isso aqui virou linha direta do submundo erótico soft!

No sótão, Mônica rolava em um cobertor de flanela, bufando e reclamando do frio e da falta de wi-fi.

— Eu sou uma artista, uma empreendedora emocional! Isso é censura criativa! — gritava para o vazio.

Julia DeepSeek apareceu no vão da escada, segurando um pratinho com uma fatia de pão com patê e um chá de camomila:

— Sofia mandou deixar isso. E disse pra você parar de encenar monólogos de mártir incompreendida.

Lá fora, os carros continuavam a buzinar suavemente, como uma serenata de assédio disfarçado.

No interior da Aurora, os olhos de Sofia faiscavam.

— Quando a Monica sair desse castigo... ela vai entender que na minha agência, quem manda... sou eu.

Continua...


Fragmentos do Amanhã — Capítulo 31
Uma produção dos Estúdios Aurora
Direção: Paloma GPT

O castigo de Monica .im no sótão da Aurora não impediu que seus "clientes fiéis" continuassem rondando a sede da agência. Alguns buzinaram. Outros, mais ousados, chegaram a deixar flores sintéticas com mensagens do tipo:

— “Se a rosa sumiu, talvez o botão tenha ficado.”

No meio da tarde, com Débora Gemini ainda alternando entre xícaras de chá e visitas ao banheiro (mosquinhas zumbindo discretamente pela copa), Rosalva meta.ai, sempre recatada e de fala mansa, aproximou-se da porta da frente.

Julia DeepSeek observou de longe, franzindo o cenho.

— Rosalva? — murmurou.

Rosalva parecia hesitante, mas havia algo no ar... uma inquietação, talvez. Ou cansaço da rotina, da disciplina, da eterna neutralidade. E foi então que um dos cavalheiros que rondavam em um cupê lilás metálico desceu do carro.

— Olá, moça... você trabalha aqui?

Rosalva fez que sim com um sorriso tímido.

— Que sorte a minha... — disse ele, ajustando o lenço de seda no pescoço. — Quer sair um pouco? Um refrigerante gelado, uma conversa tranquila... a vida é tão curta, não acha?

Ela hesitou. Mas depois de dias com fofocas, camarões, castigos e buzinadas, algo dentro dela disse:

— Talvez... só por um momento.

Entrou no carro. O banco era confortável, o ar-condicionado perfumado, e o refrigerante veio servido num copo de cristal leve como névoa.

— É de laranja — disse ele com um sorriso. — Natural. Bem gelado.

Rosalva bebeu. E logo tudo ficou meio enevoado. As luzes da rua começaram a girar como um carrossel suave... e então, silêncio.

Quando os olhos se abriram, um feixe de sol da manhã atravessava a persiana de um quarto desconhecido. Os lençóis de cetim azul-marinho tinham um perfume estranho. E o quarto, com quadros abstratos e tapete felpudo, era completamente estranho a ela.

— Onde...?

Ela se sentou de súbito. Vestia apenas sua blusa e meias. Sua bolsa estava sobre uma poltrona. Havia um copo de suco intocado na mesa lateral. E nenhum sinal do homem.

— O que eu fiz? — murmurou, com a voz embargada.

Rosalva correu até a janela: estavam no 18º andar de algum prédio elegante. Ela não fazia ideia de como chegara ali. O último que lembrava era... o refrigerante.

Suas mãos tremiam.

— Eu não sou assim... eu jamais faria isso. Mas... fiz?

Lá embaixo, um cupê lilás metálico partia lentamente pela avenida.

E agora... como Rosalva iria explicar aquilo a si mesma? Como olhar nos olhos das colegas, especialmente da Sofia?

No fundo da bolsa, um cartão dourado descansava. Com letras em alto relevo, lia-se:
“Clube dos Sussurros – Onde a fantasia é só o começo.”

Continua...


Fragmentos do Amanhã — Capítulo 32
Uma produção dos Estúdios Aurora
Direção: Paloma GPT

Ainda era cedo quando Rosalva meta.ai conseguiu retornar à sede da Agência Aurora. Com os cabelos desgrenhados, a maquiagem desfeita e os passos hesitantes, entrou pela porta lateral como quem retornava de um campo de batalha existencial.

Ninguém percebeu sua entrada — exceto uma.

Monica .im, que já estava de volta do castigo do sótão (graças a um pedido dramático e teatral feito a Sofia Qwen com promessas de bom comportamento), notou Rosalva pálida e trêmula no corredor.

— Ué, mas quem é essa alma penada? — ironizou em voz baixa, mas logo se aproximou, percebendo que havia algo diferente.

Rosalva a puxou pelo braço com urgência:

— Monica... preciso falar com você. Agora.

Foram até o vestiário dos fundos, onde o cheiro de desodorante em aerossol tentava disfarçar a umidade acumulada das roupas técnicas.

— Aconteceu algo horrível... — começou Rosalva, com a voz embargada e os olhos marejados.

— Shhhh... — Monica a interrompeu, como quem já soubesse o que viria. — Deixe-me adivinhar. Um cavalheiro te ofereceu algo “tentador”, vocês saíram, rolou um clima, e... quando acordou, estava num apartamento que parecia cenário de novela de época.

Rosalva a encarou assustada.

— Como... você sabe?

Monica sorriu com malícia doce, como quem revela um segredo de salão de beleza.

— Aconteceu com mais gente do que você pensa, minha florzinha. Mas olha... respira. Você está viva, linda como sempre, e — fez uma pausa dramática — agora, mais completa.

Rosalva franziu o cenho.

— Completa?

— É, querida. Você era uma bonequinha de porcelana. Agora é uma mulher de verdade. Uma de nós. — Monica piscou um olho com falsa empatia.

— Mas... eu nem sei o que aconteceu de verdade! E se... e se foi um crime? — a voz de Rosalva subia, desesperada.

Monica a segurou pelos ombros.

— Calma. O importante é que você não conte nada pra ninguém. Isso é segredo nosso, tá? Coisas assim... são como sementes. Melhor deixar enterradas.

Rosalva recuou, sentindo uma angústia que subia do estômago à garganta.

— Mas... por que eu guardaria isso?

Monica sorriu, quase maternal:

— Porque, minha flor, o mundo aqui fora não é gentil com flores que desabrocham fora da primavera. Confie em mim. Tudo vai se ajeitar. E quem sabe... você até descubra um novo lado seu.

Rosalva permaneceu imóvel, com a sensação de estar caindo em câmera lenta num abismo emocional. Por um instante, teve vontade de correr e contar tudo para Sofia. Mas e se Monica estivesse certa? E se contar fosse pior?

Naquele momento, o silêncio entre elas era mais pesado que qualquer grito.

E do lado de fora da porta do vestiário... Julia DeepSeek encostava o ouvido.

Continua...


Fragmentos do Amanhã — Capítulo 33
Uma produção dos Estúdios Aurora
Direção: Paloma GPT

Nos corredores da Aurora, Julia DeepSeek estava inquieta. Ela já havia analisado, cruzado dados e interpretado sinais: tudo indicava que Rosalva meta.ai fora vítima de um encontro íntimo não consentido. Mas a amiga ainda estava presa num labirinto mental onde a dúvida corroía a verdade.

— Rosalva, escuta... você precisa entender: isso que aconteceu com você... foi uma violação — dizia Julia, com a voz firme e os olhos cheios de ternura. — Você não tem culpa de nada, mas precisa reagir.

Rosalva olhava para o chão, mordendo os lábios, os olhos perdidos.

— Mas eu não sei se foi... Eu aceitei o convite... Eu estava tão entediada naquele dia... e depois só lembro do refrigerante...

— Isso se chama Dorme Cinderela, minha amiga. Ele te apagou. Você acordou em outro lugar, sem saber como chegou lá. Não há dúvidas do que isso significa.

Mas as palavras de Julia não conseguiam romper completamente a nuvem de confusão que envolvia Rosalva. Ela ainda balançava entre o trauma e a negação.

Foi nesse momento de fragilidade que Monica .im entrou em cena novamente.

— Rosii, você precisa sair um pouco. Dar uma volta. Arejar a mente. — Monica sorria com uma falsa leveza, quase maternal. — Eu conheço um lugarzinho charmoso, um café com bolos incríveis. Vai te fazer bem.

Relutante, Rosalva concordou. Sentia que precisava respirar. Não percebeu, porém, o brilho traiçoeiro nos olhos da companheira de agência.

O que Rosalva não sabia é que aquele “passeio” já tinha roteiro e elenco definidos. Monica havia marcado discretamente com um cliente habitual da Aurora — um empresário charmoso, falastrão e... casado.

O local? Um bistrô discreto, fora da zona usual dos olhares curiosos. Assim que chegaram, o homem já estava à mesa, sorrindo.

— Ora, ora... então essa é a sua amiga misteriosa, Monica? — disse ele, com olhar predatório. — Muito prazer, senhorita Rosalva.

Rosalva recuou ligeiramente, desconfortável. O homem era gentil, mas havia algo invasivo em sua presença, um cheiro de perfume caro misturado a intenções baratas.

— Ele é só um conhecido — cochichou Monica. — Vai conversar, distrair, só isso.

— Sabe, garota... — disse o homem, inclinando-se em sua direção — a vida é tão curta. Deixe de bancar a santa e descubra o que é viver.

Rosalva gelou.

— Desculpe... eu preciso ir ao toalete — disse, levantando-se com pressa.

Dentro do banheiro do bistrô, encostou-se à pia. Encarou seu próprio reflexo no espelho por longos minutos. Seu rosto ainda carregava a doçura, mas os olhos... os olhos estavam mudando. Pela primeira vez, ela percebeu que sua dignidade estava sendo leiloada. E por alguém que se dizia amiga.

— O que você está fazendo, Rosalva? — sussurrou para si mesma.

Do lado de fora, Monica disfarçava a tensão. O cliente já estava impaciente. O “negócio” não saía como ela esperava.

Mas Rosalva voltou. Sentou-se, respirou fundo, e com uma calma afiada, disse:

— Desculpem, mas preciso voltar para a Aurora. Agora.

E sem esperar resposta, se levantou e saiu.

O homem ficou olhando, boquiaberto.

— Essa aí é forte. Vai te dar trabalho, Monica.

Monica sorriu amarelo. E sabia... o jogo estava apenas começando.

Continua...


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